Saltador-do-lodo
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Subclasse: Neopterygii
Infraclasse: Teleostei
Superordem: Acanthopterygii
Ordem: Perciformes
Subordem: Gobioidei
Família: Gobiidae
Subfamília: Oxudercinae
Gênero: Periophthalmus
Espécie: Periophtalmus barbarus
Outros nomes
Saltão
Mudskipper
Peces del fango
Saltarín del fango
O saltador-do-lodo é um peixe com a estranha característica
de ser anfíbio, ou seja, capaz de viver tanto na água quanto na terra. Vivendo
nas áreas lodosas dos mangues, lagunas asiáticas e africanas, o saltador
frequentemente enfrenta épocas de seca em que há maré baixa e torna a locomoção
praticamente impossível aos peixes. Dotado de barbatanas peitorais grandes e
falsos pés cobertos de escamas, o bichinho pode então deixar a água e passear
por terra firme, pulando de raiz em raiz. As suas nadadeiras sofreram uma
adaptação que lhe permite andar. Assim como os peixes, respiram através das
brânquias, as suas são capazes de armazenar água durante várias horas. Entretanto,
assim como os anfíbios, também é capaz de realizar respiração cutânea, através
da mucosa oral ou faringe. Estes peixes são extremamente ativos fora da água,
podendo mesmo saltar, defender seu território e escalar troncos e raízes. O que
diz respeito à alimentação, o peixe-anfíbio possui uma rica dieta de insetos e
vermes.
Trata-se praticamente de um elo perdido, uma prova viva da
teoria da evolução. Toda a vida se iniciou na água, e é possível que o primeiro
ser vivo a se aventurar para fora dela com sucesso fosse bastante semelhante ao
saltador-do-lodo. Este peixe vive no indo-pacífico, oeste da África, Filipinas,
Austrália e ilhas da Polinésia, principalmente em manguezais e áreas de lama.
Algumas espécies podem chegar a 25 centímetros e são completamente inofensivos
a humanos. Estes animais cavam buracos na lama para colocar seus ovos,
mantendo-os não na água, mas no ar, que é mais rico em oxigênio.
No entanto, sem este oxigênio os ovos não iam durar,
isolados pela água e eles morreriam sufocados. Assim, o macho da espécie nada
pelo túnel, inspira, volta ao fundo do túnel e solta o ar na câmara onde estão
seus ovos. Faz isso centenas de vezes, até os ovos eclodirem.
Assista ao vídeo
Lula-vampiro-do-inferno
Vampyroteuthis infernalis
Classificação Científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Cephalopoda
Ordem: Vampyromorphida
Família: Vampyroteuthidae
Gênero: Vampyroteuthis
Espécie: Vampyroteuthis infernalis
Apesar de ter sido descoberta há mais de 100 anos, a Lula-Vampiro-do-Inferno
é um dos animais mais misteriosos das profundezas oceânicas.
A lula-vampiro-do-inferno (Vampyroteuthis infernalis) é uma espécie de lula que vive nas águas
profundas do Atlântico e do Pacífico. Este é o único cefalópode conhecido pela ciência
que é capaz de viver em profundidades de 400-1000 mts em uma zona com um mínimo
de dissolução de oxigênio.
Este animal não deve exceder 30 cm de comprimento e,
normalmente, tem cerca de 15 centímetros. De corpo gelatinoso, dependendo das
condições de iluminação torna-se aveludado preto, vermelho, roxo ou da cor
marrom. Possui enormes olhos azulados, uma membrana ligando os oito tentáculos,
cada um dos quais é coberta por fileiras de espinhos moles ou gavinhas. Quando
perturbada, ela consegue virar-se ao avesso, adquirindo uma forma realmente
estranha.
Seus olhos podem distinguir as silhuetas de outros animais.
Para proteger sua detecção, emite um brilho azulado de suas próprias membranas.
A luz dilui o contorno do animal, escondendo-o do ponto de vista de baixo. Ela
possui também um par de fotorreceptores alertantes situados no topo da cabeça.
Seu metabolismo é incrivelmente baixo. O pigmento hemocianina
dá ao animal um sangue azul, que de forma eficiente liga e transporta oxigênio.
A musculatura é um sistema perfeito de equilíbrio, onde a densidade do corpo,
devido ao alto teor de tecido de amônia, praticamente corresponde à densidade
da água do mar. Isto permite que o animal mantenha uma flutuabilidade com pouco
esforço e proporciona uma mobilidade suficiente.
Um par de pequenas "asas" serve como seu principal
meio de transporte. Os flagelos velares, escondidos em dois sacos, podem
esticar para muito além dos tentáculos. Este animal controla muito bem seus
órgãos de bioluminescência e é capaz de produzir desorientação com flashes de
luzes que podem durar vários minutos. Além disso, podem controlar o brilho e tamanho
das manchas de cor.
Em caso de perigo extremo, ela usa seu saco de tinta, criando
uma nuvem de muco pegajosa bioluminescente contendo inúmeras bolas azuis
brilhantes. A cortina de luz oprime o predador e dura até 10 minutos, tempo
suficiente para ela escapar na escuridão.
Várias já foram capturadas para pesquisa. Os cientistas
examinavam o conteúdo em seu estômago para determinar seus hábitos alimentares.
No entanto, os resultados sempre foram inconclusivos.
O recente artigo publicado na revista Proceedings of the
Royal Society B: Biological Sciences mostrou que essa espécie alimenta-se
basicamente da chamada “neve marinha”, uma mistura de corpos de animais em
decomposição, detritos, fezes e resíduos biológicos em geral que são formados
próximos à superfície e afundam em uma velocidade mínima, podendo demorar meses
para chegar ao fundo.
Por esse comportamento adaptativo, a Lula Vampiro do Inferno
consegue sobreviver em ambientes com mínimas ofertas de oxigênio e em locais
hostis onde os predadores são pouquíssimos e o alimento é abundante.
Veja um pouco de seu comportamento: