Geada negra no seu sentido mais simples é o congelamento da seiva e tecido celular nos vegetais devido a baixa temperatura, causando a necrose* ou morte do mesmo.
Segundo o meteorologista Glauco Freitas, da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Sul (Fepagro), a geada negra recebe esse nome porque queima as plantas por dentro, deixando-as com aparência escura. "A geada branca é mais comum e não causa tantos prejuízos porque ela congela a planta por fora", diz ele, ao afirmar que a geada negra acontece apenas quando são combinados a baixa temperatura – menos de 0°C –, com os ventos intensos e ar seco.
A meteorologista Marilene de Lima, do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram), afirma que no dia 26 de setembro de 2012 o fenômeno foi registrado na cidade catarinense de São Joaquim. Naquela ocasião, o frio de -3°C veio combinado com ventos de 106 quilômetros por hora.
Marilene explica que os danos à agricultura são provocados porque a baixa temperatura e o vento intenso causam o rápido congelamento da seiva da planta, provocando a morte do vegetal. Clauco Freitas lembra que, ao contrário da neve – que ocorre quando há humidade – a geada acontece com o tempo seco. "As pessoas costumam dizer que 'caiu geada', mas a geada não cai do céu, ela se forma na superfície", diz. Segundo ele, o fenômeno acontece quando a superfície perde calor para a atmosfera, sua temperatura baixa e acaba congelando.
Em 1975, a ocorrência de geada negra no Paraná trouxe consequências econômicas e sociais que mudaram o perfil da agricultura no Estado. Plantações inteiras de café – que na época era o principal produto produzido na região - foram completamente destruídas após o fenômeno, provocando intenso exôdo rural.
* Segundo o dicionário Aurélio é o conjunto de alterações morfológicas que indicam morte celular, a qual pode variar, em extensão, de algumas células a porção de órgão.
Entenda como acontece este fenômeno:
Publicado por: Fabricio